Exif summary: 0.8s f/4.5 ISO100 22mm
segunda-feira, 21 de maio de 2012
sexta-feira, 18 de maio de 2012
Lagarto-de-água (Lacerta schreiberi)
“Finalmente encontrei” disse
cerca das 14:10 H, respirando fundo. Por entre o lodo vê-se a longa cauda em
tons claros, e lentamente as impurezas da água começam a assentar e reparamos
que se trata de uma fêmea adulta de Lagarto-de-água (Lacerta schreiberi)
EXIF: Exposure Time: 1/15 sec; F-Number: f/4.0; Exposure Program: Aperture Priority; ISO Speed Rating: 100; Exposure Bias: -0.7 EV
A alegria de
encontrar um animal que se procura há muito tempo é indiscritível. É certo que
o Lagarto-de-Água é uma espécie relativamente fácil de encontrar nalgumas zonas
do Norte do país, contudo, a busca até ao momento infrutífera, tinha sido
circunscrita ao pequeno núcleo populacional que conheciamos existir no Parque
Natural da Serra de São Mamede.
Segundo dados
do ICNB (Janeiro de 2006) estima-se a existência de aproximadamente 115 000
indivíduos concentrados numa única ribeira do Parque Natural, apesar de, até há
bem pouco tempo, não saber exatamente qual. Os números parecem tranquilizadores
mas acredita-se que a espécie esteja em regressão no nosso país não só nos
números populacionais mas também na sua área de distribuição. O Ricardo
Lourenço procurava-o desde o início de 2011 em várias ribeiras com nascentes no
“coração” da Serra de São Mamede, procurando criteriosamente locais com
características semelhantes ao habitat do lagarto de água. Todavia, após longas
caminhadas e horas “perdidas”, estabeleceu recentemente contactos com alguns
biólogos que lhe forneceram dados concretos sobre a localização do núcleo
populacional isolado na Serra de São Mamede. Rapidamente, em equipa comigo,
desenvolvemos esforços no sentido de encontrar este belo animal, criando
quadrículas da ribeira onde os acessos seriam possíveis e a busca pudesse ter
sucesso.
EXIF: Exposure Time: 1/30 sec; F-Number: f/11.0; Exposure Program: Aperture Priority; ISO Speed Rating:100; Lens Aperture: f/11.0; Exposure Bias: -1 EV
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEUsZNNxzDI1Dlt8AawHH2hoWL0RG5GaaU-O1UFH4XP1NHMT424PVkGq6eGCyKIWZ0pj-Fsdi0BzCkMu5HQmOPF_yUYCy-IqFWcpujQ2hGcxNcs_bEPMFYcZ6N1uwxrBgop_RWjMiQ2lkJ/s1600/lagarto-de-a%CC%81gua3.jpg)
O estudo
pormenorizado do terreno, quer através de cartas militares, Google Earth ou
através de reconhecimento de carro e a pé, acabou por se revelar decisivo mais
tarde.
Ao longo de
vários dias, descemos e subimos vários troços da ribeira sem obter qualquer
resultado que deixasse adivinhar a presença do animal, levando-nos a questionar
o número de indivíduos e as informações que nos foram fornecidas.
Porém, hoje
(Dia 17 de Maio de 2012) definimos mais uma saída de campo que nos levaria a
mais dois locais promissores. Durante 2 horas caminhámos ao longo desses locais
levantando pedras, caminhando dentro de água por entre o lodo e atentos ao
restolhar junto da vegetação densa das margens. Nestas passagens encontrámos
locais incríveis, paisagens ricas, espaços maravilhosos de vegetação e quedas
de água abundantes, mas nem um único lagarto de água.
EXIF: Exposure Time: 1/80 sec; F-Number: f/3.2; Exposure Program: Aperture Priority; ISO Speed Rating: 100
EXIF: Exposure Time: 1/80 sec; F-Number: f/3.2; Exposure Program: Aperture Priority; ISO Speed Rating: 100
Após duas
horas e resignados por mais uma desilusão voltámos a um local já visitado à
procura de possíveis acessos a outras zonas da ribeira. Enquanto o Ricardo se
embrenhou por entre a vegetação, eu fiquei à espera perto do carro num local
improvável de ocorrência da espécie mas foi precisamente nesse local onde vi
esta fêmea saltar para dentro de água e disse: “Finalmente encontrei!”
Exposure Time: 1/25 sec; F-Number: f/4.0; Exposure Program: Aperture Priority; ISO Speed Rating: 100; Exposure Bias: -0.7 EV
Artigo Redigido por: Ricardo Lourenço e Luís Malheiro
Imagens: Luís Malheiro
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